ROCHESTER, Minnesota — Pesquisadores da Mayo Clinic desenvolveram uma estratégia de testes inovadora para a mesotelioma que pode ser capaz de aumentar a taxa de detecção do DNA do câncer no sangue. Essa abordagem foca nas seções de DNA que estão embaralhadas ou trocadas nas células cancerígenas do mesotelioma, chamadas de rearranjos cromossômicos.
Ao detectar esses padrões complexos de DNA, ao invés vez de detectar apenas mutações de ponto único, o método poderá levar a diagnósticos mais precoces e a novas possibilidades de terapias dirigidas.
"Estamos ultrapassando as fronteiras do que é possível em relação ao monitoramento sanguíneo", diz o Dr. Aaron Mansfield, oncologista e autor principal do estudo do Centro de Medicina Personalizada e do Centro Oncológico Integral da Mayo Clinic. "Melhorar as taxas de detecção poderá oferecer informações sobre o monitoramento das respostas dos pacientes à terapia e à detecção de recidiva após a cirurgia."
O mesotelioma é um câncer raro que se desenvolve nas membranas finas que revestem o tórax e o abdômen, mais comumente causado pela inalação de fibras de amianto. Essas fibras são frequentemente encontradas em isolamentos, ladrilhos de vinil, materiais de cobertura e tintas.
Normalmente, o mesotelioma apresenta um número baixo de mutações genéticas de ponto único, o que o torna de difícil detecção através dos tradicionais exames de sangue. No entanto, a presença de rearranjos cromossômicos — como se fosse palavras embaralhadas em uma frase — oferece um novo alvo de diagnóstico. Isso difere de muitos outros tipos de câncer que geralmente dependem da detecção de mutações de ponto único — pequenas mudanças na sequência do DNA, semelhante à alteração de uma única letra em uma palavra.
Na prova de conceito do estudo, publicada na Journal of Thoracic Oncology Clinical and Research Reports, o Dr. Mansfield e sua equipe utilizaram o sequenciamento do genoma completo para localizar as principais alterações cromossômicas no DNA das células cancerígenas. Em seguida, eles criaram pequenas peças de DNA, chamadas de primers, que foram projetadas em laboratório para corresponder e se ligar com precisão a essas alterações cromossômicas. Com isso, a equipe procurou por essas mudanças no sangue.
Essa combinação de ferramentas de ponta permitiu aos pesquisadores criar testes personalizados que detectassem e rastreassem o DNA do câncer no sangue de cada paciente.
As descobertas baseiam-se na pesquisa anterior da equipe sobre o mesotelioma, incluindo um estudo que identificou uma assinatura genômica para prever quais pacientes com mesotelioma poderiam se beneficiar da imunoterapia. Além disso, a pesquisa anterior do Dr. Mansfield mostra como os rearranjos cromossômicos possuem um potencial neoantigênico, o que significa que eles podem ajudar o corpo a produzir uma resposta imune contra as células cancerígenas.
A equipe planeja expandir este estudo para incluir mais pacientes e refinar ainda mais o método de teste.
Reveja o estudo para uma lista completa dos autores, divulgações e financiamento.
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